12 de dezembro de 2011

Mas eu sinto muito amor. Sinto muito por todas as palavras não ditas, e por aquelas ditas em momentos errados. Sinto muito por ser tão boba, tão menina. Sinto muito por ser tão incerta, inconstante. Sinto por ter derramado café naquela tua blusa branca que eu amava. Sinto muito por não ter lhe dito mais ‘eu te amo’ e sinto também por tê-los dito demasiadamente. Sinto muito por ter chorado na tua frente, naquela tarde chuvosa. Sinto por não tê-lo feito feliz, amor. Sinto muito por todos esses meus excessos e extremos que te assustam e te afugentam. Sinto por ser muito, muito carente, muito insegura, muito frágil, muito choro e muito sorrisos. Sinto muito por ser menos, menos mulher, menos beleza, menos segurança. Sinto também por não termos vivido todos aqueles planos malucos, por não termos dado aquele beijo na chuva. Sinto muito por ser imperfeita, incapaz, insuficiente. E agora, meu amor, eu sinto muito por ir embora. Por lhe deixar sem mim, quando lhe havia prometido o contrário. Sinto muito por partir assim, sem muitas explicações. Mas é que eu cansei de sentir muito, amor, cansei de todos esses muitos que me assolam. Agora deixo-lhe livre, e eu mesma vou ser livre. Quero menos, menos preocupações, medos e inseguranças, menos lágrimas, menos dias cinzas. E, por fim, menos de você em mim, e mais de mim mesma. Adeus.

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