31 de janeiro de 2011


De acordo com a mitologia grega, os seres humanos foram criados originalmente com quatro pernas, quatro braços e com duas faces. Temendo o seu poder, Zeus os separarou, condenando-os a gastar suas vidas em busca de sua outra metade.

Atos vs Palavras: parte 2

Resolvi reler um livro em particular. Por ser pequeno (só no número de páginas), é possível repetir a experiência várias vezes, mesmo que pareça que nunca é possível retirar todas as mensagens que ele guarda. Estou falando sobre "O Pequeno Príncipe", de Antonie de Saint-Exupéry. 


Em uma das inúmeras páginas, encontrei um trecho que faz uma relação com um dos posts anteriores da Laís (Acho que é o 2º post anterior a este, aquele com uma frase do House). (Mesmo sendo uma obra universal, um pequeno spoiler vem a seguir) Quando o pequeno príncipe refletia sobre a sua rosa, tomando consciência de ter ido embora de seu planeta:

''Não soube compreender coisa alguma ! Deveria tê-la julgado por seus atos, não pelas palavras. Exalava perfume e me alegrava ... Não podia ter jamais tê-la abandonado. Deveria ter percebido sua ternura por trás daquelas tolas mentiras'' (grifo meu)

Porque palavras não importam. Ações importam. E se suas ações contradizem suas palavras, eu nunca vou acreditar em você. (Dr. House)

30 de janeiro de 2011

É isso, aceite.

Eu gostaria de tê-la ao meu lado para me ajudar a enxergar o que os meus olhos não conseguem, por mais que tentem contemplar o fim de um horizonte, eles não são capazes de avaliar com precisão a dimensão do seu significado para mim. E também para me convencer que nunca senti um abraço tão envolvente quanto o seu. É, aquele mesmo, quando você me envolve com os teus braços tão pequenos mas tão fortes, que me queimam por dentro sem machucar e peço-te para não me largar (nunca mais). Se não for abusar muito, para que também confirme que a sua voz é a mais encantadora, mesmo quando vem seguida de lágrimas, dúvidas, improbabilidades e brigas (minhas e suas). Afinal, você é mulher, eu sou homem. Somos diferentes já a partir daí e muitas outras incompatibilidades estão entre nós dois. Só que, no final, por mais clichê que possa parecer, tudo fica bem pois estou com você.


Dizem que o tempo cura tudo, mas desde que voce se foi, parece que o tempo congelou..

Há tanta coisa que eu quero dizer para você, mas não tenho certeza por onde devo começar. Devo começar dizendo que te amo? Ou que os dias que passei com você foram os mais felizes da minha vida? Ou que, no curto espaço de tempo que nos conhecemos, passei a acreditar que fomos feitos um para o outro? Poderia dizer todas essas coisas e tudo seria verdade, mas enquanto releio estas palavras, a única coisa que passa pela minha cabeça é que queria estar com você agora, segurando sua mão e olhando seu sorriso elusivo. (Dear John)
Quando penso em você, não posso deixar de sorrir, sabendo que você me completa. Eu te amo, não só agora, mas sempre, e sonho com o dia em que você vai me abraçar novamente. (Dear John)

Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos.

Homens são passos; mulheres são perfumes que se aproximam, param e se esquivam. Sem lançar raízes nessa treva. Beijam-se às vezes, como num murmúrio, pra depois, num mundo só de beijos , pousar as mãos sob meus olhos mortos, como se baixasse nesses entrevados , o teu carinho, a medo. (Lya Luft)

Se te pareço ausente, não creias:hora a hora minha dor agarra-se aos teus braços, hora a hora meu desejo revolve teus escombros,e escorrem dos meus olhos mais promessas.Não acredites nesse breve sono;não dês valor maior ao meu silêncio;e se leres recados numa folha branca,
Não creias também: é preciso encostar teus lábios nos meus lábios para ouvir.
Nem acredites se pensas que te falo:palavras são meu jeito mais secreto de calar.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher. (Lya Luft)

It's been so long since I've seen you. And I miss your smile and I miss your face, cause you haven't been around my place. It's been so long since I've seen you. And I miss the smell of skin and your hair,and the way you genuinely care about me. And I don't want these feelings to change I want our love to always remain, because without you I wouldn't be the same. So don't ever run away. Here beside me is where you'll stay, because without you, I could not remain (John Mayer)

29 de janeiro de 2011

3 em 1

Uma das minhas grandes paixões, perpassando pela literatura e a natureza humana, é a ciência. Como juntar assuntos tão distintos em um só lugar ? Bem, em uma das edições da revista Pesquisa FAPESP (setembro de 2010/nº175) , especializada em divulgação científica, Nélida Pinõn concedeu uma entrevista belíssima. Dentre os diversos temas e frases, essa incrível mulher chegou ao seguinte:

" Para meu juízo não tem sociologia, não tem história, não tem mundo documental, não tem nada que explique o intraduzível que somos nós. Acho o ser humano de uma complexidade excepcional [...]. "

Para quem ficou interessado, curioso ou/e intrigado com esse excerto, recomendo a entrevista completa (só clicar, certo ?).

28 de janeiro de 2011

Fizeram agente acreditar,que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada “dois em um”: duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém. ( John Lennon)

Nenhum som dela. Totalmente inanimada na cama. Estendi a mão e toquei sua mão direita. Ela estava fria e flácida. Segurei-a entre minhas mãos e continuei a falar.
- Quero lhe dizer obrigado em palavras agora -disse a ela.- Não sei o que acontecerá conosco. Rezo para fiquemos juntos em algum lugar, algum dia, mas no momento, não sei se isso é possível.É por isso que vou agradecer agora tudo o que fez por mim, tudo o que significou para mim. Alguém que nunca conheceu me disse que pensamentos são reais e eternos. Então, mesmo que não entenda minhas palavras agora, sei que chegará um dia no qual elas tocarão você.
Porque em cada pedaço de mim, sempre haverá um pedaço de você. (Diário de uma paixão)

Você já amou tanto alguém, que mal consegue respirar ?

Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa, que se você for parar pra pensar, é na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho: chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas.Mas nem sempre precisamos das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor. A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar, que é para na hora que vocês se encontrarem a entrega seja muito mais verdadeira.A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lagrimas, essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma inesquecível noite de amor. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar toda a vida esperando você.A pessoa errada tem que aparecer para todo mundo, porque a vida não é certa, nada aqui é certo. O certo mesmo é que temos que viver cada momento, cada segundo amando, sorrindo, chorando, pensando, agindo, querendo e conseguindo. Só assim, é possível chegar aquele momento do dia em que a gente diz: "Graças a Deus, deu tudo certo!", quando na verdade, tudo o que Ele quer, é que a gente encontre a pessoa errada, Para que as coisas comecem a realmente funcionar direito prá gente.Nossa missão: Compreender o universo de cada ser humano, respeitar as diferenças, brindar as descobertas, buscar a evolução. (Luiz Fernando Veríssimo)

27 de janeiro de 2011




Felicidade ?Mais ou menos. É só uma mudança em mim algo em minha liberdade. Oh minha, minha felicidade, indo e vindo . Eu vejo você me olhando. Veja minha febre aumentando. Eu sei exatamente onde eu estou. Mas quantas esquinas eu tenho que virar? Quantas vezes tenho que aprender ? Todo o amor que eu tenho está em minha mente? Bem, eu sou um homem de sorte com fogo em minhas mãos. Eu espero que você compreenda, eu tenho amor que nunca irá acabar. (The Verve)

Eu concordo com eles.

Panic at the disco !
Northern Downpour

If all our life is but a dream, fantastic posing greed.
Then we should feed our jewelry to the sea.
For diamonds do appear to be.
Just like broken glass to me.
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Se toda nossa vida não fosse mais que um sonho, fantástica pose de cobiça.
Então nós deveríamos ceder nossas jóias ao mar,
Pois diamantes parecem ser
Apenas cacos de vidro para mim.
 


Tantas coisas a lhe dizer, ainda que já lhe tenha dito inúmeras delas. O problema, é que por mais que eu tente, nenhuma palavra, nenhuma expressão consegue abranger o que eu sinto quando o alvo é você. É incrível a influência que você tem sobre mim. Suas palavras .... bem, quando você as diz, é como se estivesse ao meu lado, quase poso sentir teu hálito quente, e escutar o timbre da tua voz. Seu eu te amo tem um significado imenso, e vai muito além dessas três palavras. Como descrever sentimentos que eu nem sei nomear ? Amor ? Paixão ? Carinho ? Desejo ? Admiração ? Com certeza os sinto, mas tem algo a mais, algo que faz te odiar quando é indiferente, e logo depois te amar desejando sua atenção. Algo que queima dentro de mim quando você está ''perto'' , e que logo depois deseja que você vá embora, levando meu amor e lembranças. Tenho uma vontade louca de te chamar de idiota, de grosseiro, estúpido, e logo depois te abraçar, e dizer que eu te amo. Estranho não ? Contraditório, pra não dizer louco. Essa minha relação dual comigo mesma e com você, é o que torna tudo .... deliciosamente confuso. Tê-lo, e ao mesmo tempo não. Tão distante, e intocável, ainda que perto o bastante para amá-lo, senti-lo, e almejá-lo. Mas isso não é tudo o que eu quero dizer, só que sinto que já me perdi, e vou continuar me perdendo, porque nunca conseguiria explicar o que é amá-lo, porque pra mim ainda é uma experiência nova, uma descoberta constante. Você é dinâmico, mutável, sempre me surpreende, me decepsiona, mas logo depois, me conquista apenas dizendo que me ama. Essa sou eu, confusa, bipolar, carente, e de alguma maneira você também é assim, é indifenrente quando quer, e quase que imediatamente carinhoso. E assim, na sua complexidade, bipolaridade e inconstância, me completa, me ensina, me ampara. Como eu disse, nunca consigo expressar exatamente o que eu sinto, e não foi agora que o fiz. Imprevisível, avassalador, acalentador, é assim que o amor é, ou o que quer que seja que eu sinto. Assim, não nos resta alternativa, a não se senti-lo, em toda sua plenitude, como o faço.

Imprevisibilidade. O amor é imprevisível. A vida também. Você ? Você é a minha definição para algo imprevisível. Por que amar ? Por que viver ? Não tenho resposta para nada disso, nem esperanças de encontrá-la. Mas faço ambas as coisas. Amo plenamente, e vivo , nem tão plenamente assim, mas ainda sim, vivo, ou sobrevivo. Quem sabe ? Estamos em meio a hipocrisia, e ao comodismo, e isso não é viver. E como vou mudar isso ? Tenho gana, tenho necessidade de viver. Se eu pudesse .... Mas eu posso, então o que me prende aqui ? Não sei. Mas se eu conseguisse, iria viver minha vida, intensamente, porque essa é a única que eu tenho. E pra onde eu iria ? Expresso à você. Alguém entendeu ? Eu iria para onde você estivesse. Não importa onde fosse. Alasca ? Bom, assim eu me contentaria com o calor dos teus abraços. França ? Tudo bem, ainda que não goste de clichês , e sempre os use. Alemanha ? Sim, iríamos para lá, juntos, para aprender a língua mais perfeita e forte do mundo. Dublin ? Um sonho irlandês ao teu lado. Catar ? Ninguém sabe onde ele fica, mas não é o que importa. O que importa, pra mim, é você. O lugar se tornaria secundário diante sua presença. Queria lhe dizer isso, e tantas outras coisas que nem sei por onde começar. Quem sabe com um eu te amo ? Mas não se deve dizer isso no fim ? Eu não, quebrarei esse tabu. Eu te amo. E está no meio, ou no início desse novo assunto. Diria-lhe que a distância, física, emocional, temporal, espiritual, ou qualquer distância entre nós, não importa. Mentira, importa sim, mas não afeta o que eu sinto. Diria que sonho com você,todas as noites, todas as horas dos dias, seja acordada, ou dormindo, sonho com teu sorriso, com tuas mãos, com teu abraço, com o seu cheiro, que nem sei qual é, mas sonho com ele. Sonho com sua voz, acompanhada do teu hálito. Sonho com o nosso beijo, com o nosso dia, com a nossa vida, que nem sei qual será, mas eu sonho. Sei que você não é perfeito, e eu mesma, estou longe da perfeição. Eu com minha singularidade complicada, com meus acessos de carência, de raiva, de depressão, de tristeza, de romantismo, de saudades. Eu , com minha vontade, ora contida, ora incontida de você. Sim , vontade de você. De suas palavras e declarações incompletas. Mas você com tua imperfeição, e eu com a minha, nos completamos, ou melhor, nos somamos. Sinto saudades. Saudades de momentos que nem vivemos. Sinto saudades do seu abraço caloroso, saudade de você enxugando minhas láguimas, e contendo meu choro copioso. Saudade de você brigar comigo, e logo depois dizer que me ama. Saudades daquele dia em que você foi me buscar na faculdade, porque não aguentava esperar pra me ver. Saudades do seu eu te amo inesperado depois de um dia longo de trabalho. Saudade da tua risada, e da forma como eu ria junto. Sim, sou insana, tenho saudades do que ainda não vivemos, mas podemos viver né ? Imprevisível. Assim como tudo o que eu escrevi, a vida é imprevisível. Mas eu prefiro assim, vivê-la, e ao teu lado. Com todas as previsões e imprevisões. Faz parte. E isso a torna tão dolorosamente alegre, desejável, e estimulante.

26 de janeiro de 2011

História expressa

Ele acordou depois de passar pelos processos básicos: abrir os olhos, tomar-se conta de que o dia passou e que é necessário começar um novo. Cabelos desgrenhados, pálpebras pesadas, ainda, e uma boca seca. Como seria aquele dia ? Identicamente a qualquer outro de sua semana: trabalho, alguma meninas para tentar dar em cima, ir para cama com algumas delas ou ligar para a família. 
Será que seria realmente começar um novo dia ou iniciar mais um ciclo de repetições, sem sentido ou emoções definidas ? Mas que assunto pra pensar em plena 7 horas da manhã de uma quarta-feira tão estagnada.
O telefone tocou repetidamente durante aquele dia: era o chefe do trabalho, a mãe preocupada, a não mais parceira de noite e a moça de uma operadora de telefonia oferecendo outra proposta enfadonha. 
Acho que é auto-explicativo
A pedido da família, a polícia visitou o apartamento naquele dia. A parta estava aberta, o silêncio prevaleceu até que as armas foram sacadas e apontadas em direção à porta. Encontraram tudo em ordem, aparentemente, exceto: a despensa revirada, o guarda-roupas com vestimentas faltando e o seguinte desenho na parede:
Eu acredito que tudo acontece por um motivo. As pessoas mudam para que você consiga deixá-las para lá. As coisas dão mal para você aprender a aprecia-las quando estão boas. E às vezes, coisas boas se separam para que coisas melhores ainda se juntem . ( Marylin Moroe

Eu te amo antes e depois de todos os acontecimentos, na profunda imensidade do vazio e a cada lágrima dos meus pensamentos. Eu te amo, em todos os ventos que cantam, em todas as sombras que choram. Na extensão infinita do tempo, até a região onde os silêncios moram. Eu te amo, em todas as transformações da vida, em todos os caminhos do medo. Na angústia da vontade perdida e na dor que se veste em segredo. Eu te amo, em tudo que estás presente, no olhar dos astros que te alcançam, em tudo que ainda estás ausente.

25 de janeiro de 2011

As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens.

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente. Conquistar um coração de verdade dá trabalho,
requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade. Para se conquistar um coração definitivamente
tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago. ...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco. Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que? Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós. Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava. ... e é assim que se rouba um coração, fácil não? Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luiz Fernando Veríssimo