11 de novembro de 2011

Estou indo embora, Zé. Embora dessa casa, dessa cidade, dessas pessoas, de mim. Estou indo encontrar a vida, não essa vida idealizada de todos, ou essa vida hipócrita e medíocre que tenho vivido. Estou indo atrás de dores e amores, mas algo que me faça sentir, porque já não agüento mais não sentir nada, ou sentir tudo ao mesmo tempo. Quero novas emoções, Zé, novas pessoas, novos pássaros e cantos, novas cores e flores, estou cansada dessa mesmice. Sabes que sempre me canso de tudo, menos de você, Zé. Eu vou voltar, viu? Não se preocupe. Sempre volto pra você, meu porto seguro. Mas agora é hora de romper barreiras, de cair, me esparramar no chão e nos espinhos, mas também de me reerguer, de vencer. É hora de tudo novo. Vida nova, coração novo, alma nova e até um novo nome. Mais que cansada da vida, estou cansada de mim. Cansada desses vazios e desses excessos , cansada dessas feridas que não cicatrizam, desses machucados que eu insisto em manter, cansada dessas máscaras diversas que eu criei para enganar à todos e principalmente à mim mesma. Estou cansada de me sentir inútil, Zé, cansada de só chorar e lamentar. Estou indo. Sem previsões pra voltar. Vou me encontrar por aí, ou me perder, quem sabe, em um bar, uma avenida, uma onda, ou qualquer lugar menos poético. Não me espere, Zé, mas espere que eu volte, porque sempre volto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário