9 de novembro de 2011

Tenho estado uma bagunça, sabe, e essa bagunça não se aplica apenas ao meu quarto, que é mais que uma bagunça, aliás. Tá tudo um caos. A cabeça, o coração... E não tenho idéia de como reorganizar tudo, sabe. Como se faz pra separar pessoas e sentimentos entre ‘esse fica’ e ‘esse vai para o lixo’? Como se guarda as lembranças, aquelas tristes, numa caixinha um tanto grandinha, bem no fundo do baú? E onde eu coloco os sorrisos, os abraços, sem ter um lugar especial o suficiente para estes? Ai ai, preciso jogar fora muitas coisas. Preciso queimar aquelas cartas, sabe? Aquelas inúmeras e eternas cartas que escrevi e nunca mandei... Preciso destruir memórias, separar recordações... E o amor? Onde vou colocar o danado do amor? Porque ele tem feito um estrago, sabe, um estrago na minha vida, na minha sanidade. Esse amor que mendiga, que implora, amor que nega nas horas erradas, e se entrega nas horas mais erradas ainda. Esse amor intenso e tenso, amor que despedaça, que quebra. Esse amor louco, que tem me deixado louca. O que faço com ele, hein? Me diz você? Devo amordaçá-lo? Sim sim, farei isso. E colocarei numa caixinha de vidro, pra mostrar que ele também pode se quebrar se não for manuseado com cuidado. Vou embrulhá-lo e entregá-lo à ele, viu? Deixarei bem em baixo daquele boné surrado que ele tanto gosta. Quem sabe assim ele não o aceite de vez, né? E vou deixar meu endereço, porque depois que ele pegar meu coração, virá devolvê-lo e talvez, mas só talvez, me ajude com toda essa bagunça interna e externa. Ou então, se eu tiver sorte, ele me ajude a bagunçar tudo mais ainda.

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