31 de julho de 2011




Passei a tarde toda lendo aquelas suas cartas, repletas do seu cheiro, do seu toque, das suas expressões. Não as li apenas com os olhos, as li com a alma, com essa minha alma de menina, de apaixonada. Então me re-encantei com o que escreveste , palavras tão doces, tão lindas, tão minhas. Enquanto as lia, era quase como se estivesse escutando-as em sua voz , era quase como se tu estivesses ao meu lado, sussurrando-as calmamente em meu ouvido enquanto brincava com meu cabelo. Quase pude senti seu sorriso implícito na sua voz, aquela voz que tem o poder de me acalmar, aquela voz que faz meu coração disparar. E então, senti seu cheiro, aquele cheiro de café e de roupa limpa, aquele cheiro inebriante que se tornou um vício para mim. Enquanto relia o que me dissestes, senti sua presença, senti você se aproximando de mim, sorrateiro. Senti seus braços me envolvendo, senti sua respiração perto do meu pescoço, senti seu calor que se tornava também o meu calor. E quando dei por mim, estava chorando. Estava encharcando todas as minhas lembranças de ti, o que era péssimo, já que essa era a única forma que eu tinha você pra mim, em minhas mais profundas lembranças. E não consegui parar de chorar, porque agora, tu não estavas mais comigo, porque todas as promessas que fizeste à mim se tornaram meras palavras jogadas ao vento. Continuei com meu choro copioso, porque até as lembranças que sempre guardei tão cuidadosamente de ti , estavam indo embora, a lembrança do teu cheiro, do teu toque, da tua voz, do teu abraço, do teu beijo, tudo, simplesmente tudo estava me abandonando, assim como tu havia feito. Até as lembranças me deixavam. E chorei horas a fio, ou será que foram dias ? Não sei ao certo, apenas esvaziei meus olhos, esvaziando também esse músculo que se encontra em meu peito, que nem pode ser chamado de coração, tamanha são as feridas, os buracos, os vazios .... Fiquei assim, vazia de ti, vazia de mim.

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