14 de agosto de 2011


Abracei meu travesseiro pressentindo que, como ocorrera antes, iria me romper em lágrimas. E elas vieram, densas e intensas, acompanhadas por um choro copioso e exausto. Era assim que se sucedia nas últimas semanas : acordava forjando um sorriso para o mundo, e dormia chorando pelo mesmo. Não compreendia porquê doía tanto. Por que raios as palavras e atitudes, ou ausência das mesmas feriam-lhe tanto ? Por que lhe custavam a sanidade, o tempo, e a alegria ? Por que as pessoas insistiam em dizer-lhe tão doces palavras, quando na verdade , nem uma mísera letra era sincera ? Ela não se habituara àquele mundo de farsas e mentiras. Dezessete anos não foram suficientes. E os próximos dezessete com certeza não a fariam aceitar tal fato. Ela se recusava à aceitar àquela realidade , não seria mais uma personagem daquele teatro ridículo e hipócrita. Ainda que tivesse que debruçar-se todas as noites em seu fiel companheiro, seu travesseiro, e chorar pela quase morte da sinceridade, da esperança e do amor. Quase sim. Pois as primeiras resistiam dentro dela. E o último ? Bem, esse estaria sempre presente em cada lágrima e atitude.

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