5 de fevereiro de 2011


É a saudade, é a vontade. Saudade do que eu não vivi, vontade do que eu nunca tive. Como descrever ambas sensações, tão complicadas, e que estão emaranhadas, uma na outra dentro de mim ? Porque eu tenho saudade daquilo que não vivi, do nosso passeio pelas ruas, da sua risada quando eu digo uma besteira, saudades do dia em que nos vimos, e você estava lá, com teu olhar me perscrutando, com teus braços ansiando pelo meu corpo, saudades de quando eu chorei, me desesperei, e era você quem estava lá, secando minhas lágrimas, saudades de quando eu passava horas deitada em teu colo sentindo suas mãos acariciando meu cabelo, saudades de quando eu ficava com ciúmes, e você ria, dizendo que eu era muito ciumenta e possessiva, mas que era a sua ciumenta e possessiva, saudades do nosso primeiro beijo, da nossa primeira hora, primeira noite, saudades de poder te ligar de madrugada, desesperada, precisando de você, e você ir ao meu encontro me reconfortar, saudade do teu corpo rente ao meu , do calor que ele emitia ao meu lado, saudades da minha respiração ofegante junto á tua. Tenho saudades de tantos momentos como esse, e tantos mais, que sou impedida de continuar a cintá-los, por falta de tempo, palavras e coragem. E junto da saudade, vem a minha vontade, meu anseio em ter tudo, em ter você, em ter nossos momentos. Vontade de tê-lo aqui, vontade de tocá-lo, senti-lo, em sua essência e plenitude, vontade de consumi-lo, sempre vontade. Almejo tais momentos, mesmo sabendo que estão tão inalcansáveis, da mesma forma como almejo você, eu almejo 'nós'. E aqui, continuo, prossigo e retrocedo, com vontade, saudade, e outros mais inúmeros sentimentos, tropeçando em todos eles, a cada vez que penso em você, sempre.

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