20 de março de 2011


Ele procurava a verdade. Sim , aquela famosa verdade, que ele nem ao menos sabia se existia. Mas ainda assim, ele a queria, a ansiava. Mas era demasiadamente inseguro, incapaz, estúpido para vê-la. O que aconteceu é que não havia verdade. Tudo fora uma mentira. Uma doce , imperfeita e feliz mentira. E por estar tão habituado à farsa, ele se tornara uma. E agora, depois de tanto tempo, ele à viu. Sim, ele vislumbrou a verdade,e não soube o que fazer. Pois em um momento, estava tudo imperfeitamente perfeito , e em um piscar de olhos, a amarga realidade caiu sob teus ombros. E pensamentos atormentaram-no, e lembranças assolaram-no, e lágrimas percorreram sua face. Porque estava tudo acabado. O sonho, os anseios, a alegria. Mas ainda sobrevivia algo, algo que ele tentava desesperadamente arrancar do peito. A amor. Aquilo que ele queria que fosse embora não ia. Ficava lá, a assombrá-lo com os momentos vividos, com as risadas, com as tardes sem compromisso. Tudo O Amor queria trazer de volta. Lembranças de uma época alegremente forjada. Lembranças que ele insistia em reviver. Porque a culpa não era somente do Amor, já que o nosso referido se negava a se desapegar delas. Ocorria o oposto. Ele às revivia , incessantemente. Revivia e desejava as lembranças forjadas, que nunca passaram de ilusões. E essa era a sua nova condição, porque como se negava a se desprender do passado, e como O Amor era incapaz de deixá-lo, seu caminho seria de lembranças e lágrimas. Sempre ambas. Sempre os três.

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