26 de março de 2011

Interessante

      E ela conseguiu tudo que sempre quis: o emprego e o salário de seus sonhos, todos os graus possíveis de escolaridade, era conhecida como a melhor naquilo que fazia, referencial de conhecimento e produtividade, imagem verossímil de discplina e sucesso. Seu guarda-roupa poderia ter tudo que quisesse, a sua conversa faria qualquer homem passar uma noite animada com ela, em qualquer lugar e qualquer lugar do mundo estava a sua bel vontade.
    Seria, mesmo assim, possível que se sentisse inútil ? Nem mesmo uma peça de uma engrenagem maior chamada "sociedade" ou uma peça sobressalente. Era, somente, e mesmo asssim já considerando muito, uma coisa/ser completamente suprimível da vida de qualquer ínfima pessoa.
   Quando percebeu, estava em seu quarto. Cama. Lençol. Hora de ir trabalhar. Tirar proveito da vida supostamente magnífica que tinha em suas mãos. Foi naquele momento, quando levantou e secou as lágrimas, que ela percebeu que a pessoa mais prejudicada pela sua loucura era ela mesma. A maior louca que já conhecera era ela mesma e era mais capacitada de alcançar o próprio sofrimento.
 Anônimo(a)

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